“Pechincha” não foi uma palavra que vinha à cabeça nas semanas seguintes da contratação de Gary Pallister, 24 anos, vindo do Middlesbrough por 2.3 milhões de libras, em agosto de 1989. O ligeiro zagueiro de 1,90m transpirava ansiedade, levava a culpa por vários gols e deixou muitos legalistas em Old Trafford com medo de que Alex Ferguson tinha feito uma grande besteira. No entanto, o treinador reivindicou em sua defesa que foi um investimento ousado na pressão para melhorar o time. De fato, depois de 5 anos Gary estava, no mínimo, no mesmo nível de qualquer zagueiro inglês – muitos dentro do futebol o colocavam em um nível próprio – e em termos dos preços que foram gastos nos anos 90 para contratar jogadores em posições chaves, sim, ele pode ter sido considerado como uma pechincha.
De fato, os fãs dos Reds precisaram de pouca paciência para descobrir que Pally não era um “elefante branco”. Na mesma temporada ele se estabilizou e foi aumentando seu papel de comandante, enquanto o United ganhou a FA Cup, e ele foi eleito o jogador do ano pelos torcedores. Dois anos depois ele ganhou ainda mais aprovação, ganhando o prêmio de melhor jogador, eleito pelos próprios jogadores; em 1993 ele ganhou um vaga de titular na seleção da Inglaterra, enquanto era cotado para no futuro ser o capitão do United. Naquele ponto, foi bom de refletir que o clube se concentrou em Gary somente quando o Liverpool os derrotou e assinou com Glenn Hysen. Com todo o respeito com o imponente sueco, aquela foi uma corrida que, no geral, os Mancunians (povo de Manchester) não se importaram em perder.
De fato, Pally se tornou um majestoso zagueiro, uma rocha que se tornou à base que a defesa do United foi construída até o fim dos anos 90. Pelo alto, ele era ótimo, sua presença massiva amortecia os atacantes fisicamente; pelo chão, ele controlava a bola com os dois pés com habilidade, passando com exatidão e inteligência, e era capaz de carregá-la e passar pelos oponentes com a maneira soberba do antigo Alan Hansen. Crucialmente também, ele era abençoado com uma impressionante velocidade para um cara tão alto, deixando apenas sua ocasional perda de concentração como uma área de preocupação. Ele todavia trabalhou duro para erradicar aquela falha, e instantes de “cochilo” em campo se tornaram raros, um progresso devido, sem dúvida, a alguns “pés na bunda” ocasionais de seus colegas de time e do técnico. Realmente, ficaram alguns ansiosos momentos de aparente conforto, mas tamanha era a confiança de Gary que as palpitações dos fãs raramente eram justificadas.
Nitidamente, o progresso de Pally foi mais devido à sua habilidade natural, mas o clube merece crédito por garantir que ele deu o máximo. Na chegada ele era muito magro, sem conseguir ganhar massa e sem fôlego suficiente, mas os treinadores o moldaram gradualmente em um touro, que terminava o jogo tão bem quanto no início. A percepção de Gary também precisava ser aumentada, mas existem poucas pessoas capazes de fazerem isso tão bem quanto o treinador dos Reds. O resultado era evidente, como o renomado guerreiro do Wimbledon John Fashanu descobriu no duelo da FA Cup em Selhurs Park, em fevereiro de 1994. ‘Fash’ saiu queimando fogo, um prospecto intimidante que um homem-de-ferro, assim chamado, se baseou. Mas Pally não se intimidou e se recusou a se desestabilizar, reduzindo o destruidor dos Dons ao anonimato.
Os últimos anos da carreira de Garry foram dominados gradativamente pelas preocupações com uma contusão nas costas, e sua carreira em Old Trafford eventualmente chegou ao fim no verão de 1998, quando ele voltou para o Middlesbrough, sob o comando de seu antigo colega de time, Bryan Robson.