Quando os antigos profissionais se reúnem para falar dos grandes jogadores, um nome surge acima de todos. Eles relembram com reverência as mágicas de Best, a glória de Charlton e os feitos sobre-humanos de Edwards, mais são as memórias de Denis Law que deixa seus corações acelerados.
Denis pertencia aos seus fãs – afinal, ele era ‘The King’, não! – mas de algum jeito, além daquilo, ele era o jogador dos jogadores. Não era apenas seu percentual de acerto nos chutes, ou mesmo aqueles relampejos de geniosidade que mudavam o jogo num piscar de olhos. Era algo mais profundo, mais fundamental; uma qualidade que era indefinida.
O conto de fadas de Denis Law dificilmente teria sido adivinhado pelos torcedores do Huddersfield quando um comprido e pálido adolescente correu para sua estréia em 1956. Mas logo o Manchester City se impressionou e o levou para Maine Road para uma rápida passada, antes de despachá-lo para o time italiano do Torino. Uma infeliz passagem se seguiu, antes de Matt Busby aparecer com um novo recorde de valor (115.000 libras) para levá-lo em Agosto de 1962.
O United compensou um mal campeonato ganhando a FA Cup em 1963 e foi Denis que os colocou no caminho com um típico pedaço de mágica. Ele recebeu a bola de Paddy Crerand, girou em cima da bola e marcou com um chute cruzado antes dos envergonhados defensores do Leicester se moverem. Isso foi somente um aperitivo da festa que vira nos próximos anos. Um rio dourado de gols, 160 em apenas 222 jogos nas primeiras cinco temporadas. Muitos foram espetaculares, alguns pareciam impossíveis, e tudo foi feito com uma pretensão que os fãs achavam irresistível.
Seu recorde se devia muito a seus reflexos apurados e seu controle; incrível habilidade aérea para uma tanto quanto pequena estatura e uma negativa de se entregar a qualquer causa; dureza de fazer inveja e braveza que envergonharia um gladiador romano. Mas os dons mais preciosos de Denis Law eram a atenção e antecipação. Ele parecia ver todos os movimentos muito antes de todos e sabia capitalizar instantaneamente aquela vantagem. Algumas vezes era misterioso, porque parecia que ele lia as mentes dos defensores e seus colegas. Com esse talento especial ele tinha que jogar na frente, mas que meio-campo Denis poderia ter sido ! Celebrado ele era, mas nunca ganhou todos os créditos pela sua habilidade total. Sua marcação e passe eram exemplares e quanto ao drible, que tal a corrida que deixou Bobby Charlton na cara do gol para fuzilar na Charity Shield em 1967 ?
Mas houveram duas tristezas nos seus anos de Old Trafford. Primeiro, ele foi afetado por um problema no joelho na vitória da European Cup de 1968; depois ele passou algumas temporadas com um clima ruim, em que o clube estava inconstante e o joelho não estava melhorando. Ele foi liberado de graça por Tommy Docherty e foi aproveitar um verão ideando com o Manchester City e a Escócia.
Duas críticas a Denis eram que ele tinha um temperamento forte e tinha tendência a se machucar. Bom, o primeiro era uma parte imutável sua, um aspecto do coquetel letal de Denis Law. E o segundo, tirando seus últimos anos, é uma mentira. Se levarmos em conta o tratamento físico que ele recebia, seus números de escalações era excelente. A Lenda de Law será passada para a posteridade como um exemplo do esporte e seu mais cego brilho.