Gordon McQueen pode não ter sido o melhor zagueiro central que o Manchester United já teve, mas ele foi com certeza um dos que mais davam espetáculo, geralmente quando o gigante loiro saia para jogar, para limpar a zaga ou para uma de suas cabeçadas assassinas que se tornaram sua marca registrada.
E haviam aqueles complicados dribles na ala esquerda, passando por três ou quatro defensores, uma alegria muito bem concedida por ele somente quando seu time já estava na frente do placar com vantagem. Essas suas aventuras, que de algum jeito trouxeram uma amável e alegre atmosfera, e mais tarde fez com que os fãs dos Reds o adorassem ainda mais, mesmo depois de sua transferência por um preço exagerado (500.000 libras) do Leeds em fevereiro de 1978.
Ainda, essas travessuras eram sintomas da única fraqueza do escocês de quase 1,90m – ele era tirado de sua posição muito facilmente. Se o atacante que ele estivesse marcando voltava para o meio de campo, ou saia para os lados, Gordon geralmente o seguiria, deixando um “buraco” na defesa. Era esse imprevisível fato do jogo, que Don Revie tentou tanto consertar no Leeds, e que o impediu de chegar a níveis mais altos no futebol.
O imperturbável Martin Buchan, um grande jogador na cobertura, fez muito para limitar as conseqüências do gosto de seu compatriota para sair da zaga, e os dois formaram uma formidável parceria. Mas quando Gordon era colocado com um companheiro menos organizado, o alarme tocava.
Por tudo isso o popular zagueiro, que completava seu domínio no jogo aéreo com uma falsa falta de velocidade, era um impressionante jogador dos Reds e foi sentido muito sua falta quando as contusões o impediam de jogar, possibilitando que Kevin Moran e Paul McGrath consolidarem as posições de zagueiro do time.
Gordon – cujo pai Tommy foi goleiro do Hibernian e Accrington Stanley, entre outros – foi liberado no fim de 1984/85 e pode olhar para sua estada em Old Trafford com gosto, para depois pegar o trem e seguir o caminho de seu amigo, Joe Jordan. Seu melhor momento veio na temporada 1979/80, quando ele marcou nove gols e trabalhou vigorosamente atrás, quando o United terminou com o vice campeonato da Liga, perdendo para o Liverpool. Uma recompensa mais real veio em 1983 quando ele ganhou a medalha de vencedor da FA Cup contra o Brighton, compensando pela perda em Wembley, quatro anos antes quando seu gol no fim contra o Arsenal significou uma reviravolta que acabou com um final não muito feliz.
Gordon terminou sua carreira jogando no Japão, quando ele sobreviveu a uma séria doença, antes de se tornar dirigente no Airdrieonians. Mais tarde ele foi técnico do St. Mirren, seu primeiro time profissional, e depois do Middlesbrough.